Começou em França, mas a polémica medida promete estender-se. Agora é a Itália que também quer expulsar os ciganos, não só no país, mas em toda a União Europeia.
O Governo italiano já pediu autorização à UE para expulsar os cidadãos de origem cigana cujo modo de vida seja considerado inadequado.
Foi o ministro do Interior, Roberto Maroni, quem o admitiu, numa entrevista ao «Corriere della Sera»: «Sim, queremos expulsões como as de imigrantes ilegais e não repatriamentos assistidos ou voluntários.»
O governante explicou que a medida seria válida apenas para os imigrantes comunitários que «violarem a directiva que estabelece os requisitos mínimos para aquelas pessoas que vivem noutro Estado-membro: renda mínima, residência adequada e não estar a cargo do sistema social do país que os acolhe».
Sobre as críticas de que tem sido alvo o governo francês, e que agora vão sendo alargadas ao executivo de Silvio Berlusconi, lamentou o «velho preconceito existente em certos âmbitos da esquerda, da Igreja e de associações».
Roberto Maroni assegurou que, no próximo dia 6 de Setembro, vai lançar a proposta no encontro de ministros do Interior da UE.
Quem não gostou de o ouvir foi a Conferência Episcopal italiana, que apelidou mesmo Maroni de «racista». «Limitar a circulação de pessoas é um risco que pode hipotecar fortemente a construção da Europa e é um risco que pode provocar políticas de imigração que façam renascer os nacionalismos», disse um porta-voz dos bispos.